sábado, 2 de julho de 2016

Três anos sem meu pai



Hoje não quero falar de trabalho, só quero falar do meu pai.
Hoje faz três anos que a agonia dele terminou. Agonia de 33 dias, que começou no dia 31 de maio de 2013, quando caiu de uma escada. Em 31 de maio de 2016, fiquei sabendo que provavelmente seria demitido.
Não vou ficar remoendo cada detalhe do sofrimento dele, mas revivi muitos daqueles fatos ao longo deste mês. O Facebook mostrou insistentemente meus posts informando os amigos da evolução do quadro, das nossas esperanças e preocupações e a imensa solidariedade de todos. Senti outra vez essa solidariedade com minha situação e sou muito grato a todos que se preocupam comigo. Mas vou parar de vez de falar de trabalho. Volto a esse assunto amanhã.
Nossa vida mudou muito. Não temos como evitar nem controlar as mudanças; temos de lidar com elas. Sei o quanto meu pai apreciaria ler os livros que tenho lido, conhecer as pessoas que tenho conhecido, mesmo que indiretamente, conversar sobre os assuntos que tenho estudado. Faço tudo isso sempre me lembrando dele. É uma das formas de homenageá-lo.
Fui com minha mulher e as crianças ao cemitério hoje. Gosto muito de ir até lá. Curiosamente, é um lugar onde me sinto muito bem. Meus filhos gostam de escolher flores, de carregá-las, de procurar a quadra. Fazemos uma oração. Visitamos os túmulos de minhas tias no mesmo cemitério. Meu pai amava muito meus filhos e eles não se esquecem dele. É uma forma mais elevada de homenageá-lo.
Não estou triste. Sinto uma saudade imensa, é claro. Sou feliz por ter tido esse pai, por ter convivido com ele por quarenta e dois anos, por poder lembrar dele com tanto carinho.
Estas fotos são da Páscoa de 2013, em Ribeirão Pires e em Atibaia.