domingo, 6 de dezembro de 2015

Cântico, de Ayn Rand

Cântico é a segunda obra de ficção de Ayn Rand. É uma novela de menos de 100 páginas, escrita em 1937 e publicada em 1938. Foi publicada agora no Brasil pela Vide Editorial.

Em um futuro distante, uma humanidade dominada pelo coletivismo regrediu a um estágio pré-tecnológico. As pessoas, completamente submissas ao Estado, vivem em residências coletivas e não possuem qualquer traço de individualidade. Não existem famílias. O Estado determina a ocupação de todos, de maneira irrecorrível. A palavra “eu” foi abolida e só existem pronomes pessoais no plural. Os nomes das personagens, escolhidos pelo Estado são, por exemplo, Igualdade 7-2521, União 5-3992 ou Coletivo 0-0009.

Nesse cenário sombrio, o jovem Igualdade 7-2521, amante do conhecimento, é designado para ser um varredor de rua. Executando seu trabalho tedioso, descobre um dia um túnel construído em uma era perdida no passado. Dentro do túnel, encontra materiais e instrumentos tecnologicamente avançados, desconhecidos no seu tempo. Consegue fugir de tempos em tempos da sua rotina opressiva e se esconder por uma ou duas horas nesse túnel, onde faz experiências científicas, até que redescobre a eletricidade. Os coletivistas têm a incompetência tão arraigada que não é difícil lutar contra eles.

Conforme o tradutor André Assi Barreto, o título Cântico (em vez de Hino, que também serviria para Anthem) indica que a celebração do indivíduo nesta obra tem características religiosas, de veneração.

A história é muito simples e leve. Para quem não conhece a ficção de Ayn Rand, é um bom título para começar. Quem já conhece A Revolta de Atlas ou A Nascente vai ver como evoluiu o estilo da autora.



Um comentário:

  1. Talvez inspirado no 'admirável mundo novo' do Huxley? Talvez fosse uma preocupação dos intelectuais de então, uma época em que se começava a refletir sobre a aceleração das tecnologias ...
    uma aceleração que ainda parece sem fim.

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