sábado, 6 de junho de 2015

Lendo A Queda, de Diogo Mainardi, com minha filha

Neste aniversário do Dia D, terminei de ler com minha filha A Queda — As memórias de um pai em 424 passos, de Diogo Mainardi. É o nono livro não infantil que lemos juntos. Claro que o livro não é para a idade dela. Claro que dá para explicar a ela tudo que está no livro.

Em janeiro, estivemos em Bertioga, para tripudiar sobre o cadáver de Joseph Mengele, como Diogo fez com seus filhos. Não estávamos lendo nada no momento e achei que seria um bom momento para encararmos A Queda. Contemplamos o amor paterno incondicional, a doença, o humor, a esperança, o mal absoluto da solução final nazista, a irresponsabilidade de quem comete um erro médico e a coragem de quem enfrenta suas limitações. Ela teve algum contato com Dante, Proust, Rembrandt, Joyce, os Evangelhos, Hitchcock, John Ruskin, Abbott e Costello, U2, Neil Young. Demoramos uns cinco meses para vencer essas cento e cinqüenta páginas. Parávamos a cada minicapítulo para explicar as citações, o contexto, o vocabulário, as letras de música em inglês. Ela tem paciência de ouvir minhas explicações e disse que gostou de ter lido. Não sou merecedor do privilégio que é poder dividir esses momentos com ela.

Minha filha, uma amiga dela e eu, pulando na areia da praia da Enseada, em Bertioga, para tripudiar sobre o cadáver de Joseph Mengele, em janeiro de 2015.

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