sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Você tem três minutos para ajudar a acabar com a invasão da UFSM?



Ajude a pressionar os órgãos públicos em três minutos, conforme este post:
https://www.facebook.com/desocupaufsm/photos/a.356295928050157.1073741828.355725868107163/361908444155572/

Você também pode adaptar o texto para outras Universidades invadidas.

Como fazer:
Passo 1 - Acesse o site da ouvidoria: http://www.agu.gov.br/ouvidoria
Passo 2 - Preencha seus dados (CPF, Nome, Endereço…)
Passo 3 - Na caixa de texto “Digite aqui a sua demanda”, cole o texto abaixo:

Gostaria de realizar uma denúncia sobre um movimento estudantil realizando paralisações de maneira ilegal na Universidade Federal de Santa Maria-RS. O alegado movimento não conta com o apoio da maioria dos alunos da Universidade. Invadiu diversos prédios da UFSM em manifestação contra a PEC 55, não permitindo que a Universidade mantenha seu funcionamento normal, e impedindo inclusive a entrada de alunos que precisam realizar pesquisas e atividades a que estão comprometidos por contratos que não prevêem férias e paralisações. Em muitos casos, essas pesquisas recebem recursos públicos de entidades como CNPq, CAPES e FAPERGS, além da própria UFSM. 

Além disso, muitos dos serviços prestados à comunidade pela Universidade estão paralisados. 

O Art. 5º da Constituição Federal garante diversos direitos individuais e coletivos. Entre eles, que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Este direito vem sendo sistematicamente ferido, na medida em que os alunos são impedidos de realizar suas atividades educacionais. 

Reza também o art. 5º, inciso XX, que “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado a organizações". A não participação de boa parte dos alunos em assembléias e associações estudantis é suficiente para deslegitimar a ação de um movimento que pretende representar a totalidade dos alunos. 

Já o artigo 6º garante o direito à educação. Este direito também está sendo violado pelas invasões, assim como o direito de livre locomoção, citado no artigo 5º. 

O devido processo legal está sendo seguido e debates e consultas populares estão abertos com relação à PEC 55/2016 (outrora 241). A invasão de Universidade é flagrantemente ilegal e não é uma forma aceitável de manifestação dentro de uma democracia. Protestos poderiam ser realizados em outros espaços, sem que se prejudicassem os direitos fundamentais de alunos, professores, funcionários e da comunidade atendida pela UFSM. 

Nestes termos, peço à AGU que investigue os fatos que ocorrem na UFSM e que tome as medidas necessárias para restaurar o direito individual e coletivo à educação.

Aguardo resposta.

domingo, 6 de novembro de 2016

Golpe de 1964, por Suelem Carvalho



No dia 28 de outubro de 2016, Suelem Carvalho, professora de História na Universidade Estadual de Maringá, proferiu uma palestra na sede da ADESG - Associação dos Diplomados pela Escola Superior de Guerra em São Paulo, sobre o livro que escreveu em parceria com Itamar Flávio Silveira, Golpe de 1964.

O livro procura dar uma visão menos distorcida do que foi o período militar. Segundo a autora, é uma tentativa de reparação da injustiça contra os personagens históricos que lutaram contra o comunismo. Embora a luta armada tenha sido derrotada, o movimento comunista venceu a guerra cultural. A visão dominante na sociedade inteira é aquela que os comunistas criaram. É necessário questionar essa versão dos fatos, investigar o que verdadeiramente ocorreu e apresentar ao público uma história que ele desconhece.

Segundo Suelem Carvalho, o PT acabou contribuindo para expor o embuste da esquerda e provocou uma reação da sociedade contra as ambições totalitárias de seu governo. Hoje, há focos de resistência nas universidades e na Internet. É preciso aproveitar a oportunidade criada e iniciar uma atuação no terreno da guerra cultural, que a esquerda até agora dominou sozinha de maneira incontestável.

O título do livro é uma estratégia comercial da editora. Não seria o escolhido pelos autores, mas eles concordaram com a proposta da editora, esperando assim atingir um público mais amplo.

Suelem mencionou que Aristóteles já dizia que o discurso do agente político é diferente do discurso do cientista político. Enquanto um busca convencer e alterar as ações de outros homens para alcançar um objetivo político, o outro busca compreender a verdade. Temos agentes políticos demais dizendo fazer ciência política e fazendo simplesmente política.

O último capítulo do livro trata exatamente do marxismo cultural e da Escola de Frankfurt, analisando especificamente o pensamento de Erich Fromm e Herbert Marcuse. Esses autores defendiam a destruição dos valores da civilização ocidental como caminho para a construção de uma sociedade justa. A sociedade atual se fundamenta em instituições como a família, a escola e a igreja, que precisariam ser enfraquecidas e desmoralizadas. Para isso, todas as armas são válidas. A desinformação que vemos no atual movimento de invasão de escolas, que faz com que jovens acreditem que a PEC 241 vai privatizar as escolas públicas e demitir seus professores, é um exemplo da aplicação dos princípios da Escola de Frankfurt.

Quero acrescentar que fiquei muito interessado no trabalho da ADESG. Conheci alguns de seus membros e soube dos cursos e palestras que promove. São iniciativas valiosas que precisam ser divulgadas, especialmente os CEPEs, Cursos de Estudos de Política e Estratégia. Esses cursos são realizados em diversas sedes no Brasil e divulgam os ensinamentos doutrinários da Escola Superior de Guerra. Maiores informações em http://www.adesg.net.br/cursos-de-estudos.










Resumo da primeira prova do ENEM 2016




Novamente, o médico e advogado Sergio Nunes faz um comentário sobre os temas da primeira prova do ENEM.

Publicado originalmente em https://www.facebook.com/sergio.nunes.545/posts/1598101113548721.

ANÁLISE DO ENEM 2016
Para manter a tradição, fiz mais uma vez a análise do Enem, especialmente da Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, na perspectiva político-ideológica. Em termos gerais a prova mantém seu viés anticapitalista, antimercado, ambientalista, antiglobalização, com menção a autores marxistas, e mantendo o grande problema de não abrir espaço para o contraditório, para autores de linhas opostas. 
No entanto, houve uma discreta queda na abordagem parcial, um leve aumento de questões neutras, e uma leve melhora nos citados da linha esquerdista; um tipo de maquiagem tênue.
Assuntos:
- Contra a democracia deliberativa, contra negociação e consenso, a favor de ativismo de minorias que não faz concessão
- A favor do expansionismo chinês, contra visão ocidental
- Defende a visão trabalhista do Estado Novo
- Critica tecnologia industrial como fonte de desigualdade
- Questões sobre ambientalismo
- Questão afirmando uma coerção econômica que tolhe a liberdade
- Crítica contra expansão da fronteira agrícola
- Questão afirmando que a força de trabalho é equiparada a mercadoria
- Crítica a visão eurocêntrica
- Questão sobre feminismo
- Questão sobre "função social da cidade", como crítica capitalista
- Fala corretamente contra as ditaduras sul-americanas, no entanto quando menciona perseguição de oposicionistas, não menciona terrorismo e guerrilha na contraparte que buscava outra ditadura
- Pontos de evolução: menciona em uma questão avanço técnico das telecomunicações, expõe graves sinais de simpatia ao nazismo e anti-sionismo no Brasil no período do Estado Novo.
Autores mencionados ou citados:
- Adorno e Horkheimer (ícones marxistas da escola de Frankfurt)
- Karl Polanyi conhecido por sua oposição ao pensamento econômico tradicional, na vertente heterodoxa
- Francisco de Oliveira, sociólogo cujas teses de seu livro famoso criticando a razão dualista, era baseada no marxismo e teses da Cepal
- Henrique Padrós integra(ou) conselho revista História & Luta de Classes, escreveu artigo sobre a esquerda tolerante do Uruguai (Frente Ampla)
- Dulce Pandolfi, ex-membro da ALN, diz sobre o discurso de Dilma no Senado: "Foi um discurso histórico, de uma estadista, que vai marcar a história desse país". Aparece ostensivamente em foto com Lula.
- Porto-Gonçalves que tem foco em pesquisas de conflitos agrários, movimentos sociais, causas indígenas, crítico do neoliberalismo
- Rogério Haesbart, que aparentemente não se julga parte da geografia crítica, mas critica lógica capitalista, tem posições com base em autores como Marx, Gramsci, Harvey, Foucault
- Rachel Soihet, fala sobre feminismo e violência de gênero
- Marta Abreu, fala sobre "pós escravidão"
Autores de abrangência geral/universal ou então mais neutros (com aumento em relação a prova de 2015):
- Schopenhauer, Políbio, Descartes, Heráclito, Parmênides, Shakespeare, Nietzsche, Durkheim, Hans Jonas.
Em síntese, mantém-se uma visão particular estreita, sem abrir espaço ao contraditório, sem desenvolvimento de visões diferentes, no entanto com leve amenização; deixando desta forma a prova de 2015 ainda mais catastrófica.
Minha breve análise de 2015: https://www.facebook.com/sergio.nunes.545/posts/1255497897809046.

Sergio Nunes, 40, é formado em Direito pela USP e em Medicina pela Santa Casa de São Paulo e Mestre em Direito Econômico. Atualmente, é professor da Academia de Polícia de São Paulo e palestrante eventual da Escola Superior de Guerra.