O Sonho de um Homem Rídiculo é mais um conto fascinante de Dostoiévski.
Assim como em Memórias do Subsolo, temos um narrador sem nome, o Homem Ridículo, que mora sozinho e tem dificuldades de relacionamento com as outras pessoas. Ele decide se suicidar e tem uma arma preparada para isso. Os dias passam, mas ele não se resolve a por seu plano em prática. Numa noite especialmente fria e escura, após ver uma estrela, decide que chegou a hora. Enquanto caminha para sua casa, é abordado por uma menina que pede socorro, pois sua mãe está morrendo. Ele enxota a menina. Porém, continua pensando nela quando chega em casa.
Fica novamente hesitando sobre o suicídio. Sua intenção de se matar vinha do fato de que achava que não se importava com absolutamente nada. Percebe que se importa, pelo menos um pouco, com a menina. Adormece e tem o sonho que dá nome ao conto.
Não vou contar o que acontece daí em diante. Gostei muito da maneira com Dostoiévski constrói o Homem Ridículo e a narrativa. O conto suscita uma discussão profunda sobre a origem do mal, sobre a possibilidade de vivermos num Éden na Terra, sobre a capacidade do homem de amar ao próximo como a si mesmo.
E encerra com a dúvida sobre a nossa possibilidade de fazermos alguma coisa para mudar nossa realidade.
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