sábado, 16 de agosto de 2014

Trecho de Muita Retórica - Pouca Literatura, de Rodrigo Gurgel


Em Muita Retórica - Pouca Literatura, falando sobre Inocência, do Visconde de Taunay, diz Rodrigo Gurgel:

“Questões biográficas à parte, Inocência tem recebido encômios dos principais críticos brasileiros, algumas vezes com evidente hipérbole. Trata-se de prática rotineira entre nós, infelizmente, chamar de genial o apenas razoável, como se o país, destituído de um número de gênios que corresponda ao tamanho do seu território, se dispusesse a criá-los à força, ainda que, para tanto, fosse obrigado a edulcorar a verdade. E não há exagero em minhas palavras. Leiam os cadernos culturais: aqui, nasce um gênio a cada semana. É pena que a quase absoluta maioria tenha vida efêmera — muitos não resistem à primeira troca de fraldas; poucos, cujos amigos estão nos postos certos, ganham sobrevida de uma década.”


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