Alemães celebram o fim do Muro de Berlim |
Há 25 anos, no dia 9 de novembro de 1989, uma página vergonhosa da história humana foi virada. A queda do infame Muro de Berlim é o maior símbolo do colapso dos regimes totalitários comunistas do Leste Europeu.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o território alemão foi dividido em quatro zonas de ocupação, cada uma controlada por uma das potências aliadas: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética. Berlim, que era a sede do Conselho de Controle Aliado, foi dividida da mesma maneira, embora ficasse totalmente na área controlada pelos soviéticos. Em pouco tempo, os ocupantes não soviéticos concordaram em unir suas áreas em um país reconstruído e os soviéticos decidiram isolar sua parte, formando-se assim a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental. Berlim Ocidental tornou-se um enclave livre dentro da Alemanha Oriental comunista.
Para impedir que os alemães orientais fugissem do país, as fronteiras com a Alemanha Ocidental foram fechadas e foi construído o Muro. Antes dessas barreiras, cerca de três milhões e meio de alemães conseguiram sair para o oeste. Isso equivale a 20% da população do país.
Em 1989, o comunismo caiu sucessivamente na Polônia, Hungria, Alemanha Oriental, Bulgária, Tchecoeslováquia e Romênia. Manifestações de protesto varreram a Alemanha Oriental a partir de setembro. Primeiro, o grito de ordem dos manifestantes era “Queremos sair!” Em pouco tempo, mudou para “Queremos ficar!” Erich Honecker, Secretário Geral do Partido Socialista, renunciou em 18 de outubro. Em 4 de novembro, houve a maior de todas as manifestações por liberdade, reunindo 500.000 pessoas na Alexanderplatz. Muita gente estava fugindo do país pela Hungria. Em 9 de novembro, o governo decidiu não mais impedir que as pessoas cruzassem as fronteiras entre as duas Alemanhas, incluindo o Muro.
O responsável pelo anúncio dessa medida, Günter Schabowski, não sabia que o governo pretendia que ela entrasse em vigor somente no dia seguinte, para dar tempo de que os guardas se preparassem. Disse à imprensa que a emigração estava liberada imediatamente. Isso foi a principal notícia da noite na TV da Alemanha Ocidental, assistida também por alemães orientais. Uma multidão acorreu ao Muro exigindo sair, “como Schabowski havia dito”. Os soldados não tiveram como segurá-los. Foram recebidos por alemães ocidentais com flores e champanhe. Logo uma multidão de alemães ocidentais e orientais dançava sobre o Muro para celebrar a liberdade.
O progresso, a liberdade e a prosperidade não vieram de maneira igual em todos os países ex-comunistas. Em alguns lugares, como Alemanha, Polônia e República Tcheca, a economia cresceu enormemente e a liberdade é um valor sólido e arraigado. Em outros, como Hungria e Eslovênia, depois de um início promissor, o progresso diminuiu muito seu ritmo. Na Rússia, infelizmente, a democratização foi abortada. O país deixou de ser comunista, mas não deixou de ser uma ditadura. Existem países como a Ucrânia e a Romênia, em que as reformas vem acontecendo de maneira gradativa desde o início e outros como Belarus e Uzbequistão, em que quase nada mudou.
A liberdade é um bem precioso. Aqui, em Berlim, em Amsterdã ou em Havana. Hoje, comemoramos o aniversário de uma grande conquista. Não podemos nos esquecer nunca de que seu preço é a eterna vigilância. Hoje, também sou um berlinense.
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