Estive nesta segunda-feira no lançamento de Objeções de um Rottweiler Amoroso, de Reinaldo Azevedo, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. É o quinto lançamento de um livro dele a que eu compareço. Cada um mais lotado que o anterior.
A Cultura poderia ter organizado melhor o evento. Cheguei cedo e fui direto ao caixa, onde havia uma fila razoável. Quando finalmente fui atendido, descobri que a fila era para comprar outro livro que também estava sendo lançado, Por uma vida mais doce, de Danielle Noce. Os do Reinaldo estavam só no último andar. Lá em cima, uma fila maior, que andava menos e só um caixa aberto. Atrás de mim, dois sujeitos conversando. Um deles com uma camiseta de Zumbi. Falavam de Markus Sokol, O Trabalho, MPL e a maldade das elites. Foi uma longa espera.
Comprei meus livros e fui para o fim da fila dos autógrafos, que descia a escada, saía pelos fundos da livraria e terminava no começo da rampa. Ocupei meu lugar e vi a fila crescer descendo a rampa inteira e sair pela Alameda Santos afora. Pessoas muito diferentes entre si, de idades diversas, falando de assuntos diversos, fazendo novas amizades. Também fiz alguns novos amigos lá.
Então, começamos a andar e, lentamente, subimos a escada. Chegando de volta ao último andar, vi o Tutinha, da Jovem Pan, fotografando a gente. Um sujeito de fala mole estava falando com ele, dizendo que achava o título do livro muito agressivo. Eu disse que o título era uma resposta à agressão que o Reinaldo sofreu. Ele falou que se espantava de que tanta gente viesse procurar um autógrafo do autor de um livro que não tinham lido. Respondi que já li os textos do livro. Saem na Folha há um ano, caramba! Ele veio com aquela conversinha de perguntar se o Reinaldo atacava só o governo ou também tinha criticado Aécio Neves e foi citando denúncias com aquela fala mole, que não consegui entender. Antes que eu pudesse responder, ele disse que achava aquele clima parecido com o da Alemanha de 1939. Falei que não dava para conversar com alguém que quer me ofender, que não admito ser chamado de nazista. Ele pediu desculpas, mas não me deixou responder mais nada. Meus amigos acharam que o sujeito estava bêbado.
Cheguei então à mesa, onde Reinaldo, sempre muito simpático, autografou meus onze livros. Nessa hora, Marco Antonio Villa chegou para lhe dar um abraço. Falei que era uma pena eu não ter levado Ditadura à Brasileira para pegar um autógrafo. Ele disse que estará na Cultura da Paulista na segunda, 1º de dezembro, para lançar Um País Partido: 2014 - A Eleição Mais Suja da História.
Me despedi do Reinaldo e do Villa e desci seguindo a fila, para procurar alguns amigos. Estavam ainda na calçada da Alameda Santos. Não cheguei a ver onde a fila terminava. Conversei um pouco com eles e vim embora.
No dia seguinte, entreguei os livros que os colegas de trabalho tinham encomendado. Mas fiquei surpreso com dois colegas que não tinham pedido o livro. Um era filiado ao PT até não muito tempo atrás (como o Reinaldo também foi, ele me diz). Hoje, ouve Os Pingos nos Is e pegou o livro para dar uma olhada. O outro costuma ir trabalhar usando uma camiseta com a bandeira de Cuba e me convidou uma vez a assinar um abaixo-assinado pelo financiamento público de campanha. Mas começou recentemente a ouvir o Reinaldo no rádio. Ficou interessadíssimo no livro e vai comprar um para ele.
A cada dia, mais pessoas estão descobrindo a importância de defender a liberdade.
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