sábado, 23 de novembro de 2013

O Deus da Máquina, capítulo XIV


O capítulo XIV de O Deus da Máquina (A Virgem e o Dínamo) analisa a evolução do pensamento europeu a partir da existência das colônias na América e, posteriormente, dos Estados Unidos. Para Isabel Paterson, esses fenômenos foram profundamente mal interpretados e resultaram, num primeiro momento, na Revolução Francesa, no Terror e na explosão napoleônica. Sua manifestação plena deu-se no século XX, com o comunismo, o nazismo e a Segunda Guerra Mundial. Isabel escreve durante esse conflito.

A partir dos avanços científicos na Física e na Astronomia, os europeus regrediram para um pensamento mecanicista que havia sido suplantando pelo Cristianismo. Deus seria um matemático e Newton e Descartes seus profetas. Daí a acreditar que o homem é um mecanismo foi um passo.

Nesse ponto, houve pensadores que imaginaram que, se as restrições artificiais da sociedade fossem abolidas, o homem-mecanismo funcionaria de maneira perfeita, como foi projetado. A pergunta que esses pensadores não responderam, porque não tem resposta, foi: como um mecanismo absolutamente natural (o homem) foi capaz de desenvolver e impor a si mesmo restrições artificiais contrárias à sua natureza? Esses pensadores clamavam por um legislador supremo, um Euclides das ciências sociais, que descobriria e imporia as bases da harmonia social. Queriam um ditador. Napoleão foi a resposta. Isabel Paterson rastreia alguns precursores de Napoleão, candidatos a "déspotas esclarecidos".

Os três principais sonhos de Estado Absoluto são a "Politeia" de Platão (traduzida erroneamente como "A República"), a Utopia de Thomas More e a Terra Prometida sem nome de Marx. Isabel diz sobre eles: "Platão era um literato; seu senso artístico de forma estava inquieto e ele tentou compensar isso com um planejamento rigoroso. More era um homem inteligente e um sábio; ele rotulou sua criação francamente pelo que era: Utopia significa Lugar Nenhum. Marx era um tolo; ofereceu seu esquema como uma previsão do futuro."

Ela conclui com uma reflexão do historiador americano Henry Adams. Ele considerava que a Virgem Maria simbolizava o melhor do mundo antigo e o dínamo representava a modernidade. Qual a relação entre os dois? A resposta dela, que Adams não encontrou, é que a Virgem Maria de alguma forma representa o livre arbítrio. E, por meio dessa liberdade, o homem é capaz de perseguir seus questionamentos intelectuais e produzir invenções.

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