Neste ano de 2014, está acontecendo uma onda de lançamentos de livros interessantes. Acabou de sair Mentiram (e muito) para mim, de Flavio Quintela. É um inventário das principais mentiras influentes que nos são apresentadas continuamente como se fossem as mais evidentes e indiscutíveis verdades.
O livro é pequeno, 168 páginas. A análise que ele faz sobre o quadro partidário brasileiro entre o impeachment de Collor e os preparativos para a eleição de 2014 é primorosa. Também achei muito relevante a afirmação de que, na América escravagista, menos de cinco por cento dos brancos foram proprietários de escravos, e mais de vinte por cento dos negros livres possuíam pelo menos um escravo. Pena que ele não explicite qual a fonte dessa informação.
Um detalhe agradável é que ele usa a ortografia de antes da última reforma. Também preciso adotar essa prática.
Ao final do livro, há uma bibliografia recomendada muito boa. Gostei especialmente das indicações de “Eles Mudaram a Imprensa”, de Alzira Alves de Abreu (2003) e de “The naked communist”, de Cleon W. Skousen e Arnold Friberg (2011).
O prefácio é de Paulo Eduardo Martins e a orelha do livro, de Rodrigo Constantino. Esses textos podem ser lidos aqui, no blog do autor.
Aqui vai a lista de capítulos:
I. Começam a mentir desde muito cedo para nós: a mais-valia
II. A mentira mais voraz: a de que a própria verdade não existe
III. Mentiram de novo: a festa da democracia brasileira
IV. Mentindo sobre ideologia: não existe mais direita ou esquerda
V. Mentirinha: o PSDB é um partido de direita
VI. Amplas mentiras: a maldade da Direita
VII. Mentindo sobre Hitler: o nazismo é de extrema direita
VIII. Mentira de lobo mau: nem toda esquerda quer o comunismo
IX. Cínicos mentirosos: o comunismo ainda não existiu na Terra
X. A mentira do bonzinho: o esquerdista se preocupa com os pobres e oprimidos
XI. Mentira que ninguém mais agüenta: bandido é vítima da sociedade
XII. Nem o diabo acredita nesta mentira: sou um cristão socialista
XIII. A mentira mais contada de todas: o golpe militar de 1964
XIV. Auto-engano ou mentira proposital: a mídia é direitista
XV. Algo que exala mentira: o sistema educacional brasileiro
XVI. Mentira em letras góticas sobre pele de carneiro: diploma
XVII. Mentiras que atravessam gerações: dívida histórica
XVIII. Mentira tripla: o bolsa-família foi criado pelo PT, é bom e tira as pessoas da miséria
XIX. Mentira boba? Nem tanto: Deus é brasileiro
XX. Verdades
Como disse Edmund Burke, “Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados.”
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