No capítulo XVIII de O Deus da Máquina, Por que Dinheiro Real é Indispensável, Isabel Paterson faz uma crítica feroz ao que ela chama de fiat money, dinheiro criado pelo governo, cujo valor não é lastreado em nada. A expressão vem da Bíblia em latim, na qual Deus, quando cria a luz, diz: “Fiat lux”, faça-se a luz.
Este livro foi escrito em 1943, antes dos Acordos de Breton Woods, de 1944, que estabeleceram regras para as relações comerciais e financeiras no mundo. Provavelmente, Isabel não imaginou que pudesse acontecer o Choque de Nixon, de 1971, que cancelou unilateralmente a conversibilidade do dólar em ouro. Desde essa data, todo o dinheiro do mundo é fiat money.
Isabel lembra que autoridades britânicas, querendo criar fiat money, perguntaram a Sir Isaac Newton por que a libra monetária tinha de ser uma quantidade fixa de metal precioso. Newton respondeu: “Cavalheiros, na matemática aplicada, é necessário descrever a unidade.”
Ela se espanta com o fato de que autoridades tenham seguido o programa de ruína proposto pelos inimigos da civilização e cita John Maynard Keynes, que disse: “Lenin estava certo. Não existe um meio mais sutil e eficaz de subverter a base existente da sociedade que perverter a moeda. O processo leva todas as forças escondidas das leis econômicas para o lado da destruição.”
O ouro é adequado para ser usado como dinheiro porque é durável, divisível, incorruptível, fácil de levar, difícil de imitar e é encontrado na natureza em quantidade suficiente, porém limitada. Seu valor não foi estabelecido arbitrariamente, por fiat. Um rublo de ouro cunhado pelos czares tem hoje o mesmo o valor que tinha em 1917, embora o último czar tenha sido fuzilado em um porão.
Ao criar uma moeda fictícia e que perde valor conforme passa o tempo, o governo toma diretamente o dinheiro dos trabalhadores. Embora eles recebam o mesmo valor nominal, esse dinheiro compra menos bens do que comprava antes. Pior que isso, o trabalhador se vê privado de um repositório de valor. Ele não pode poupar esse dinheiro que se desvaloriza para usar no futuro.
Por fim, Isabel Paterson analisa o funcionamento da economia alemã sob Hitler. Algumas pessoas na época diziam que os alemães haviam libertado as máquinas das amarras financeiras e que a Alemanha ganharia a guerra porque possuía uma economia industrial e lutava contra inimigos que possuíam uma economia financeira. Isabel responde a essas pessoas dizendo que máquinas não podem ser escravizadas ou libertadas, esse termos se aplicam apenas a seres humanos. O que a Alemanha fez, de fato, foi roubar seus futuros inimigos, tomando empréstimos, comprando a crédito e não pagando. A Rússia comunista também fez isso. Uma economia industrial também é uma economia financeira. Mas a economia da Alemanha nazista era simplesmente uma fraude.
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